TUDO SOBRE FÓRMULA 1
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O PROFESSOR
O francês Alain Prost foi um dos maiores GÊNIOS da história da F1. Ele era rápido, consistente, grande acertador de carros (isso foi confirmado por John Barnard em diversas entrevistas, como do Jornal O Globo 25/04/1993 pg 54), sabia poupar pneus e equipamento, tinha uma tocada "limpa" e precisa, raramente se envolvia em acidentes. Seu estilo calculista era muito parecido com o do Emerson Fittipaldi, que foi outro grande piloto da F1 nos anos 70, e grande rival de Jackie Stewart.
QUALIFICAÇÃO:
Nas disputas internas dentro das equipes nos qualifyings, Prost só perdeu para Senna, que é considerado por muitos o piloto mais rápido em volta lançada da F1, mostrando que o francês merece estar na lista dos mais rápidos da história da F1.
Largadas na frente na mesma equipe:
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7 x 2 Watson em 80,
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18 x 13 Arnoux em 81 e 82,
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13 x 2 Cheever em 83,
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28 x 2 Lauda em 84 e 85,
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12 x 4 Rosberg em 86,
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16 x 0 Johansson em 87,
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4 x 28 Senna em 88 e 89,
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8 x 8 Mansell em 90,
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13 x 3 Alesi em 91,
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14 x 2 Hill em 93.
PONTUAÇÃO:
Na pontuação no geral das temporadas, Prost derrotou TODOS seus companheiros de equipe com grande margem, com exceção de Senna que foi por pequena margem. Dos pilotos multi-campeões da F1 somente Fangio e Prost conseguiram tal feito, só isso credencia o francês como um dos melhores da história.
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Prost 6 x 3 Watson em 80 (nas corridas que correram juntos),
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Prost 77 x 29 Arnoux em 81 e 82,
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Prost 57 x 22 Cheever em 83,
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Prost 144,5 x 86 Lauda em 84 e 85,
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Prost 72 x 22 Rosberg em 86,
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Prost 46 x 30 Johansson em 87,
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Prost 163 x 150 Senna em 88 e 89,
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Prost 71 x 37 Mansell em 90,
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Prost 34 x 21 Alesi em 91,
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Prost 99 x 69 Hill em 93.
Devemos salientar que em 1988 e 1989 Senna teve quatro quebras (EUA 89, Can 89, Fra 89 e Ita 89) e duas desclassificações (Bra 88 e Jap 89) contra apenas duas quebras (Ita 88 e Can 89) do Prost, e isso fez o francês pontuar mais que o brasileiro. Mas com toda a certeza, Senna foi o companheiro de equipe que mais deu trabalho ao francês.
Senna foi o único que o derrotou o francês nas largadas e chegadas na frente, nas poles e nas vitórias, mas perdeu nos pontos. Prost não conseguia ser tão rápido quanto Senna, mas compensava isso sendo mais regular que o brasileiro.
PRECISÃO NA PILOTAGEM:
No começo da carreira ele cometia erros, mas a partir de 1983 melhorou e dos campeões da F1 dos anos 80 e 90, o francês é o que tem menor percentual de abandonos por erros. Lembrando que os carros da primeira metade dos anos 80 são considerados os mais difíceis de se pilotar da história, por causa da elevada potência e da pouca ajuda eletrônica:
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Prost 6,5%
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Lauda 7,1%
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Senna e Hakkinen 7,4%
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Schumacher 7,8%
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Jacques Villeneuve 8,6%
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Piquet 9,3%
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Mansell 12,8%
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Damon Hill 14,7%
Algumas pessoas dizem que ele era "ruim na chuva", mas isso não é 100% verdade. Ele era super conservador, por isso mesclava corridas fracas na chuva (Bélgica 85, Inglaterra/88, Europa/93) com boas corridas (Alemanha/88, Bélgica/89, Espanha/91, San Marino/93 e Japão/93). É uma ERRO ENORME comparar ele com Senna, para dizer que ele era ruim nessas condições meteorológicas, pois Senna era excepcional com a pista úmida.
O FRANCÊS DERROTOU 3 CAMPEÕES DO MUNDO NAS SUAS EQUIPES:
O francês foi o único piloto de toda a história da F1, que derrotou 3 campeões do mundo dentro da sua equipe (Lauda em 85, Rosberg em 86 e Senna em 89) e ainda derrotou dois pilotos que seriam campeões do mundo no futuro (Mansell em 90 e Hill em 93). Fora isso Prost, ganhou o título de 1986 com uma McLaren nitidamente inferior a Williams, contrariando o que algumas pessoas erradamente falam que "sempre quem ganha, é por que tem o melhor carro".
Por todas essas características ele foi apelidado na F1 de o "Professor." Sempre que teve carro competitivo o francês disputou título até as últimas corridas do ano e seus resultados provam que ele era um GÊNIO:
1983-vice
1984-vice
1985-campeão
1986-campeão
1988-vice
1989-campeão
1990-vice
1993-campeão
AS MANIPULAÇÕES
Infelizmente, fora das pistas, o francês jogava sujo, fazia intriga dentro das equipes dizendo que ele era prejudicado por elas, sabia manipular a mídia para se fazer de vítima e atingir seus objetivos, além de se aproveitar da influência do seu amigo Jean Marrie Balestre na Presidência da FISA.
Seus depoimentos sobre os fatos da época são muito divergentes dos depoimentos dos seus contemporâneos na F1 e algumas vezes divergem do que ele mesmo tinha falado no passado. Até os repórteres que o entrevistam têm que corrigir essas distorções da realidade e tentativas de manipulações dos fatos, durante as entrevistas.
Entrada de Senna na McLaren em 1988 (versão Prost x versão real)
Em diversas entrevistas, inclusive no Podcast do Nico Rosberg, Prost disse que foi ele que recomendou Senna à McLaren para o bem da equipe. Como essa história não fecha com os fatos da época, durante o Podcast, Rosberg foi sarcástico e perguntou a ele se aquilo era uma ação de caridade. (FONTE: CANAL ENERTO: https://www.youtube.com/watch?v=ICr8rWe__mU)
A verdade sobre a contratação de Senna era que Ron Dennis já tinha um contrato com o brasileiro desde 1986 para entrar na equipe em 1988 (isso é confirmado numa reportagem do Jornal O Globo de 25/07/1986 pg 30), ou seja, a contratação já estava feita 2 anos antes. Fora isso Prost não queria Senna na McLaren, como relata Yoshitoshi Sakurai.
Yoshitoshi Sakurai da Honda participou das negociações com a McLaren, negou Prost e ainda disse: "Nós queríamos formar uma estrutura com Senna e Prost na McLaren. Alain queria um piloto mais fraco, Prost queria Senna na Williams."
Nobuhiko Kawamoto da Honda trabalhou na McLaren e conheceu bem o francês, também o desmentiu: "Prost só pensa nele, ele não liga para ninguém, principalmente quando se trata de outro piloto." (Fonte: Ayrton o Herói Revelado de Ernesto Rodrigues pg 165 e 166)
Manipulação do resultado no GP Japão 1989
No GP Japão 1989, Prost na tentativa de defender a liderança jogou o carro em Senna, provocando a batida entre ambos. Existem dois vídeos do acidente entre Senna e Prost, em câmera lenta, mostrando claramente que Prost deliberadamente jogou o carro no brasileiro. (Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=jVh4oKqxtJo - Rare angle of Senna and Prost collide in Suzuka GP Japan 1989 Formula 1 e https://www.youtube.com/watch?v=jKe_-Y5v33s _ Senna vs Prost 3D Reconstruction- F1 Japan 1989)
Em entrevista, Ron Dennis confirmou que depois da batida, Alain Prost pressionou Jean Marrie Balestre para que Senna fosse desclassificado. (Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=nfE8uoolrr0). Prost até hoje nega que tenha causado a batida e nega que tenha influenciado a decisão do Balestre, por mais que haja evidências que ele fez tudo isso.
Sabe-se lá o que Prost falou para convencer Balestre... mas o Presidente da FISA acreditou no seu compatriota e mandou desclassificar Senna por "Cortar a Chicane e Direção Perigosa", como se o brasileiro tivesse sido o causador do acidente. Fora isso, desclassificar por "Direção Perigosa" não existia no regulamento da F1 (Fonte: Jornal O Globo 29/04/2014 pg 31), ou seja, foi usado um critério pessoal na desclassificação. Depois ele retirou o "Direção Perigosa", mas não anulou a desclassificação.
Outra polêmica da época, foi que além de beneficiar o causador da batida (Prost), Balestre distorceu a interpretação do item 56 do regulamento da FISA (veja abaixo), estrategicamente utilizou o item do regulamento que diz que o piloto tem que percorrer 100% do percurso da corrida, mas ignorou que vários pilotos no passado recente da F1 tinham cortado a chicane sem terem sido desclassificados (Pironi, Villeneuve, Jones, Piquet, Tambay, Rosberg, Berger, Nannini, Mansell e o próprio Prost no GP San marino 89).
"Se um carro parar deve ser removido da pista o mais rapidamente possível, de modo que sua presença não constitua perigo, ou prejudique a corrida ou treino. Se o piloto não puder tirar seu carro de uma perigosa por seus próprios meios, é dever dos fiscais de pista ajudá-lo. Neste caso o piloto religa o motor e volta a corrida, sem cometer uma infração, NÃO SERÁ EXCLUÍDO." (Artigo 56 do Regulamento da FISA, Fonte Anuário F1 1989 pg 135)
Anos depois da morte de Senna, até o Balestre, que era uma pessoa super arrogante e prepotente, confessou:
"Dei uma ajudinha a Prost nesse dia." (Jean Marrie Balestre em 05/11/1996)
Sobre o episódio do GP Japão 1989, Prost alegou em entrevista recente que não foi à Torre de Controle falar com Balestre, mas o entrevistador teve que corrigir o francês, por que na verdade todos que estavam no circuito viram que o francês fora diretamente para a Torre de Controle. Prost tentou consertar essa distorção, dizendo que Ron Dennis estava lá. Isso também não condiz com a verdade, pois Ron Dennis permaneceu na cabine dos boxes até o final da corrida. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=jL9DCre6ezM (CANAL ENERTO)
Pela postura facial de Prost ficou claro que foi pego na mentira, dessa vez a manipulação não deu certo.
Prost veta Senna na Williams para 1993, mas disse que não vetou
Ainda teve o caso da entrevista de Prost à jornalista francesa Francesca Bronner em 1992. Um dos assuntos da entrevista com certeza seria o VETO a Senna na Williams. Prost estrategicamente manipulou a entrevista, começando dizendo que "Senna gostava de mecânicos" com isso ele mudou o foco da jornalista e conseguiu seu objetivo que era não falar sobre o VETO que ele colocou no contrato com a Williams. No dia seguinte Prost negou que tenha dito isso, mas já era tarde, ela publicou o que ele dissera e fez o maior estrago na relação com o brasileiro. (Fonte: O Herói Revelado de Ernesto Rodrigues pg 426 e 427)
Frank Williams é a pessoa mais referendada para falar sobre o assunto, ele deu entrevistas dizendo que Prost vetou Senna no contrato com a Williams para 1993 e em setembro de 1993, ele se reuniu com Prost e a Renault para retirar o veto a Senna (Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=1xyU-Uw9_3w&t=466s - CANAL ENERTO). Em 2005, Prost confessou que vetou o brasileiro, depois em 2023 ele negou que tivera vetado, ou seja, os depoimentos do Prost ficam nessas de idas e voltas entre verdades e mentiras.
Na virada de 2023 para 2024, Prost deu entrevista ao Podcast "Beyond the Grid" e mudou a história pela 2a vez. Ele confirmou que havia uma cláusula no contrato com a Williams vetando Senna para a temporada de 1993, mas disse que não foi ele que propôs o veto, foi a própria equipe que inseriu a tal cláusula, algo totalmente sem nexo. Parece que com o passar dos anos, o francês aumenta ainda mais o seu leque de distorções da realidade.
CURIOSIDADE SOBRE VETOS A PILOTOS: Vetar piloto não era especialidade só do Prost.
- Lauda vetou Peterson em 76,
- Piquet vetou Senna em 84,
- Senna vetou Warwick em 86,
- Mansell vetou Prost em 91,
- Prost vetou Senna e Mansell em 93 (informação dada por Senna após o GP Portugal 92),
- Schumacher vetou Senna em 94, Villeneuve em 98 e Montoya em 2006,
- O pai de Hamilton vetou Rosberg em 2010,
- Vettel vetou Hamilton na Ferrari.
AS INTRIGAS DE ALAIN PROST
Nenhum piloto da história da F1 gerou tantas intrigas e conspirações dentro das suas equipes, isso é fato. Segue a opinião do premiado jornalista português e especialista em F1, Francisco Santos:
"No entanto, todas estas virtudes são penalizadas por feitio incrivelmente mau, segundo pessoas que o conhecem bem. Na realidade, por onde passou deixou sempre um rastro de problemas de relacionamento: Renault, McLaren e Ferrari". (Anuário F1 Francisco Santos 1992 pg 54 e 55 sobre Alain Prost)
Intriga dentro da Renault (Briga Prost x Arnoux em 1982)
No GP França 1982, Arnoux fez a pole, liderou e ganhou a corrida. Prost que estava disputando o título da temporada, solicitou que a equipe sinalizasse a seu companheiro para que ele lhe cedesse a posição, mas Arnoux não cedeu a vitória.
Após a corrida Prost armou a intriga, falou para imprensa que Arnoux descumpriu a ordem do Chefe da Renault, insinuou que a equipe beneficiava e gostava mais do Arnoux do que dele, e que a equipe liberou mais potência para seu companheiro de equipe do que para ele, como se ele fosse renegado pela equipe. Foram tantas intrigas criadas dentro da equipe Renault, que funcionários da fábrica revoltados com o "Professor" queimaram seu carro em frente a sua casa no começo de 1983, e ele teve que se mudar com a família para a Suíça. Sete anos depois, ele usaria a mesma tática com Senna...
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Hhosmfyy9cA&list=LL&index=6&t=1s (Versão do Prost- CANAL ENERTO)
A versão do Arnoux é bem diferente, ele disse que o chefe da Renault, Gérard Larrousse, não deu nenhuma ordem, foi o Prost que pediu com ele para lhe ceder a posição e simplesmente ele não aceitou a troca de posições. E ainda criticou seu ex-companheiro de equipe: "Eu aceito ter um piloto de ponta como companheiro, mas Alain não aceita ter um piloto de ponta como companheiro de equipe." (René Arnoux)
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=S8phkYibFO4 (Versão do Arnoux- CANAL ENERTO)
Intriga dentro da McLaren (Teoria da Conspiração de 1989)
Prost falou que os motores Honda vinham escrito "especiais para Senna", mas se a Honda quisesse privilegiar Senna jamais escreveria na caixa qualquer menção de "motor especial". Takeo Kiuchi, engenheiro de motores da Honda, rebateu o francês dizendo que a diferença de potência entre os motores nunca passou de 5 HP. (Anuário Francisco Santos 1989 pg 27 e 119)
Todos dentro da McLaren sabiam que os motores eram sorteados na moedinha na frente dos seus respectivos engenheiros (Steve Nichols e Neil Oatley). A ordem partiu de Ron Dennis, que confirmou que eram sorteados. (Fontes: Livro O Herói Revelado de Ernesto Rodrigues pg 261 e Jornal O Globo 29/04/2014 pg 31) Ou seja, a afirmação de Prost que a Honda trazia "motores especiais para Senna" não procede e tudo indica que o francês quis criar uma teoria da conspiração.
A Honda ainda tentou melhorar o desempenho do Prost durante a temporada, o francês tinha uma aceleração mais suave no acelerador do que Senna, então no início de 1989 a Honda deu ao francês um chip de motor com mistura mais rica para melhorar as retomadas de velocidade nas saídas de curva (Fonte: Anuário FS 1989 pg 27) e assim mesmo Prost alegava que a montadora japonesa fornecia motores melhores a Senna.
Nos treinos do GP Itália 1989, Prost foi muito mal e tomou quase 2 segundos de Senna. A McLaren passou o acerto de Senna para o carro de Prost. (Fonte: Anuário Francisco Santos 1989 pg 119) Resultado: Senna quebrou e Prost ganhou a corrida e continuou insinuando que a Honda beneficiava Senna.
Corroborando com o que foi citado acima, antes do GP Inglaterra 89, a equipe McLaren tinha um tanque de óleo novo e outro recondicionado, eles sortearam quem ficaria com o recondicionado, e Prost ficou com o novo e Senna ficou com o velho. (Fonte: Herói Revelado de Ernesto Rodrigues pg 286) Essa é a prova do tratamento igualitário dentro da McLaren.
O Engenheiro de motores Takeo Kuichi não concordou sobre o favorecimento a Senna: "A verdade é que Alain percebeu quem era Ayrton e começou a reclamar.” (Takeo Kuichi)
Jo Ramirez também negou o favorecimento: "Não havia favorecimento a ninguém... Os carros eram absolutamente idênticos. Se Prost estivesse no dia dele, com carro acertado ao seu estilo, ele era imbatível. Já Senna podia improvisar, se ele não tinha um carro do seu estilo de pilotar, ele dizia não mexam e ia para a pista dava várias voltas até se moldar ao carro.” (Jo Ramirez)
Nelson Piquet, não era piloto da McLaren, mas trabalhou 3 anos com os motores Honda (1986 a 1988) e conhecia bem os japoneses. Ele também não concordou com as teorias da conspiração criadas pelo Prost. O brasileiro falou: "Fiquei satisfeito por Prost ter finalmente ter deixado de se lamentar dos motores e em ter se empenhado em conquistar seu terceiro título." (Nelson Piquet)
Steve Nichols era engenheiro da McLaren e explicou, do ponto de vista técnico, que o McLaren 89 era mais nervoso que o McLaren 88 e o brasileiro se adaptou melhor a esse comportamento. (Fonte: Entrevista ao Jornal O Globo de 04/06/1989 pg 55 (veja abaixo) e confirmado no Anuário de F1 1989 pg 26), ou seja, na verdade era uma questão de adaptação a pilotagem e não um "favorecimento da Honda a Senna" como alegava Alain Prost.
Intriga dentro da Ferrari 1 (Briga Prost x Mansell em 1990)
Em 1990, a relação entre Prost e Mansell ficou estremecida, mas isso foi abafado na época. Na verdade, quando Prost assinou contrato com a Ferrari e exigiu tratamento de primeiro piloto (Prost nega até hoje), então os dirigentes da equipe italiana tiveram que pedir ao Mansell renunciar seu posto de primeiro piloto (Fonte: Anuário FS 1989 pg 35), e isso já deixou o Mansell muito chateado com o Prost.
No vídeo oficial da FISA da temporada de 1990, na parte do GP Brasil, Nigel Mansell faz um desabafo público, dizendo que Prost quer saber o que ele vai fazer, mas o francês não lhe passa informações. Ficou claro que o Leão estava indignado com o francês, tanto que ele anunciou sua saída da Ferrari no meio do ano, surpreendentemente fez as pazes com Senna e se vingou do Prost na largada do GP Portugal 90, empurrando-o contra o muro e deixando Senna passar por eles.
Prost sabia manipular tanto a imprensa, que a mídia da época acreditou que era Nigel Mansell que gerou a crise interna dentro da Ferrari, quando na verdade foi mais um "jogo político" do Prost, para fazer Nigel Mansell sair da equipe, assim como ele fez com Arnoux em 1982 e tentou fazer com Senna em 1989.
Para o ano seguinte, o Leão assinou contrato com a Williams e VETOU o Prost. Talvez o inglês tenha descoberto a "verdadeira face" de Alain Prost e entendeu tudo que o francês fez com Senna em 1989. No final de 1992, Mansell ainda sentia rancor do relacionamento com Prost nos anos de Ferrari e deu entrevista a Roberto Cabrini dizendo que preferiria que vaga na Williams fosse de Senna, e não de Prost. (Fonte: Depoimento de Roberto Cabrini no GP Japão 92)
"Alain era o Professor de Manipulação e Politicagem na F1." (Nigel Mansell)
(Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Gmo4AgyE7WI and https://www.youtube.com/watch?v=EUAioa4zOzA)
Intriga dentro da Ferrari 2 (Briga Prost x Cesare Fiorio em 1991)
Na volta de aquecimento do GP San Marino 1991, Prost rodou na chuva, abandonou e disse que fora problema de câmbio. O Chefe da Equipe Ferrari, Cesare Fiorio, desmentiu o francês, e os ânimos entre ambos começaram a ficar acirrados (Anuário FS 1991 pg 49), causando a demissão do italiano logo em seguida.
Como Cesare Fiorio não tinha nada a ganhar mentindo sobre a declaração de Prost e vendo que o Chefe da Ferrari foi demitido por causa desse conflito, exatamente como aconteceu com Arnoux em 82, há grandes chances do Prost ter feito mais um dos seus jogos políticos para fazer a "corda romper no lado mais fraco".
OUTRAS ATITUDES ANTI ÉTICAS
Esposa do Jacques Laffite (1980)
Prost era amigo de Jacques Laffite, mas em determinado momento eles brigaram e ele se casou com a mulher do seu compatriota. Nelson Piquet disse que Prost ia na casa do Laffite para acabar com o casamento dele e ficar com sua mulher, e completou dizendo que o francês também já deu encima das mulheres do Gerard Larrousse e do Didier Pironi.
Piquet às vezes exagera nas histórias que ele conta, e não temos como confirmar se a situação foi verdadeira, mas se for verdade, esse fato lamentável demonstra o caráter do francês.
Prost "passa a perna" em Senna e leva Steve Nichols para a Ferrari em 1990
Prost assinou contrato com a Ferrari para 1990 e o projetista chefe John Barnard já estava na equipe italiana. Mas o francês queria o engenheiro da McLaren de Senna (Steve Nichols) para ser o engenheiro do seu carro, então a Ferrari ofereceu a Nichols um salário maior do que ele recebia na McLaren e o contratou para a equipe.
Em termos profissionais não há nada de errado nisso, pois todos têm o direito de ir para uma equipe que lhe pague mais, mas ao invés de convidar seu engenheiro da McLaren (Neil Oatley), o francês quis justamente o engenheiro do seu grande rival na F1, aproveitando ainda que Senna estava com sua super licença suspensa pelo Balestre, sem poder guiar o carro.
HISTÓRICO DE DISTORÇÕES
No GP Itália 1986, Prost trocou de carro depois do "sinal verde" e foi desclassificado por isso. Depois o francês mentiu para a imprensa dizendo que tinha trocado antes e depois acabou sendo multado pela FISA.
No GP Inglaterra 1988, Prost quis abandonar pois estava mal na corrida, mas disse que tinha problema no carro. O pessoal da McLaren negou que havia problema no carro.
No GP Hungria 1988, Prost perdeu o duelo para Senna, ele disse que teve problema de rolamento, mas os técnicos da McLaren disseram que isso foi invenção da cabeça do francês. (Anuário FS 1988 pg 38)
No GP Portugal 1988, na largada Prost espreme Senna contra o muro. Na volta seguinte Senna faz o mesmo com ele, mas o francês passa o brasileiro e vence. No final da corrida, ele foi reclamar com a imprensa da atitude de Senna, quando na verdade o próprio Prost fez com o mesmo brasileiro na largada.
Depois do GP Japão 1989, na qual Balestre mandou desclassificar Senna, Prost continuou usando a imprensa para atacar Senna e disse que "Senna era um vírus maligno". (Jornal do Brasil 25/10/1989 pg 26) Quando na verdade Prost causou a batida com Senna, e os vídeos do acidente de vários ângulos mostram isso.
Em 1990 Prost chegou na Ferrari com a condição de ser o 1o piloto, por isso os dirigentes da Ferrari tiveram que convencer Mansell a renunciar o posto de 1o piloto (Anuário FS 1989 pg 35). Em entrevistas recentes, Prost disse que nunca foi 1o piloto de equipe nenhuma na F1, o que não é 100% verdade...
No GP Alemanha 1991, Prost tentou ultrapassar Senna, o brasileiro defendeu a posição por dentro, Prost errou e passou reto na chicane. Para a imprensa, ele disse que Senna o jogou para fora da pista, quando na verdade foi erro dele.
No final de 1992, Prost testou a Williams e disse que era o melhor carro que já havia pilotado (Anuário Francisco Santos 1992 pg 14). Como o desempenho do francês foi abaixo da performance do carro, Prost criou uma narrativa na mídia para dizer que a Williams 1993 não era tão boa assim (Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=IKezOJdvZWg), mesmo que o carro fosse cerca de 1s mais rápida em corridas que Benetton, McLaren e Ferrari.
Prost deu uma entrevista dizendo que fez um teste com a McLaren Peugeot 94 em Estoril, mas notou que o carro não era competitivo. (Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=Mi9DYR_NgS0 CANAL ENERTO). Em 2023 noutra entrevista sobre o mesmo teste com a McLaren Peugeot 94, Prost disse que a McLaren em 94 tinha chassi e eletrônica melhores que a Williams 93, praticamente dizendo que o carro era bom. (Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=0kWXz9BNf90 CANAL ENERTO depois de 3 min e 45 seg) Fica difícil confiar no que o francês fala.
As narrativas do francês mudam de acordo com o que ele quer valorizar ou desvalorizar, para convencer as pessoas que seus carros não era tão bons, ou que ele perdia as corridas por defeito no carro ou que existia uma preferência a outro piloto dentro das suas equipes. Por essas distorções, manipulações e intrigas criadas por ele, Prost é odiado na França por vários fãs de automobilismo, como ele mesmo chegou a confessar.
CONCLUSÃO
Nada disso tira os méritos de Prost como um dos MAIORES DE TODOS OS TEMPOS, mas só reforça que muitos pilotos são egoístas e capazes de qualquer coisa para serem campeões. Prost, com sua voz calma e mansa, tem uma capacidade nata de usar a imprensa, para distorcer, mentir e fazer as pessoas a acreditarem nele.
Em todos os anos que correu na F1, Prost sempre desagregou suas equipes, se elas não trabalhassem conforme ele queria ou se um companheiro de equipe estivesse andando na sua frente dele, e sempre utilizando a mídia para chegar nesse objetivo. Não por acaso, Prost é odiado por várias pessoas que trabalharam na F1, inclusive dentro da própria França.