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FANGIO, O MELHOR DE TODOS

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DIFICULDADE EM GUIAR OS CARROS DOS ANOS 30, 40 E 50:

 

Os pilotos das décadas de 30, 40 e 50 eram literalmente heróis, no sentido exato da palavra.

 

Eles pilotavam em carros sem Santo Antonio, sem cinto de segurança, sem direção hidráulica, com capacete de couro, volante de caminhão, pneus canela fina, freios a tambor, numa época sem telemetria, na qual o piloto tinha que ser rápido, preciso e consistente. Esses carros chegavam a 300 km/h com zero de segurança, não era incomum os freios acabarem antes do final da corrida, como Stirling Moss chegou a falar em entrevista.

 

Nas corridas dos anos 30 e 40, Tazio Nuvolari era considerado o melhor piloto da pré-F1. Ele ganhou corridas com motores 2.0 ou 2.7 disputando contra adversários com motores de 4.0 (Mercedes) ou 5.0 com 16 cilindros (Auto Union), isso por que não havia regulamentação para equalizar os motores. Em geral, os carros com motores menores eram mais ágeis e leves, ganhavam tempo nas freadas e retomadas de velocidade, enquanto os mais potentes e mais pesados, ganhavam tempo nas velocidades de final de reta.

Em 1950, a F1 regulamentou os motores dos carros em 4.5 litros ou 1.5 litros comprimidos, isso encurtou a diferença entre os carros. Naqueles dias, para melhorar o carro, o piloto tinha a opção de mudar o acerto mecânico, pois não havia acerto aerodinâmico ou eletrônico e fora isso os Engenheiros nem sempre davam apoio aos pilotos nos fins de semana das corridas, então o piloto tinha que conversar diretamente com o Chefe dos Mecânicos para tentar melhorar o carro.

Lógico que o carro e a equipe sempre fizeram diferença no automobilismo seja no turismo, rally, protótipo ou fórmulas, mas nos anos 50, o piloto era cerca de 50% do sucesso da equipe e Fangio é a prova viva disso.

​CARREIRA ANTES DA F1

 

Fangio começou a sua vida profissional como mecânico aos 16 anos, depois do alistamento militar aos 21 anos, ele abriu sua própria oficina mecânica para correr em eventos locais.

Em 1936, ele começou a correr nas carreteras de turismo em pistas de terra e asfalto, vencendo dezenas de corridas na Argentina e fora da Argentina, entre elas: as 1000 milhas da Argentina de 1939 e a corrida Presidente Getúlio Vargas (Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia, São Paulo e Rio de Janeiro) de 1941. Em 1940 e 1941 ele foi campeão argentino com um Chevrolet.

A primeira grande vitória de Fangio foi no GP do Norte 1940, com percurso de quase 10.000 km entre Argentina- Peru-Argentina, passando pela Cordilheira dos Andes na Bolívia e pelo deserto do Atacama no Chile. Fangio correu por 15 dias com seu co-piloto em altitudes de até 4.300 m, em desertos, florestas tropicais e em perigosos penhascos, oscilando entre frio e calor, clima seco e umidade alta. Seu carro teve algumas quebras (eixo de transmissão, pá do ventilador, radiador e até o farol), mas ele conseguiu consertá-lo e vencer essa desgastante corrida.

Fonte: https://en.wikipedia.org/wiki/Juan_Manuel_Fangio

Em 1948, Governo Argentino e o Automóvel Clube da Argentina o ajudaram na compra de uma Maserati e Fangio foi para a Europa. Em 1949, ele ganhou os GP Pau, GP San Remo e GP Perpignan, todas com a Maserati. Fangio ainda ganhou o GP Marselha (com um Simca Gordini) e o GP Monza 1949 (com uma Ferrari). Isso chamou a atenção de Tazio Nuvolari (considerado o melhor piloto pré-F1) que disse que o argentino seria o melhor piloto dos anos 50.

Em 1950, a Alfa Romeo convidou Fangio para uma categoria nova que estava surgindo, a Fórmula 1, cerca de um mês antes da primeira corrida. Ele venceu os GPs Pau e San Remo de 1950, ambas pela Alfa Romeo, antes da primeira corrida da F1.

ADVERSÁRIOS DO FANGIO

Fangio perdeu o campeonato de 1950, por causa da quebra de câmbio na última corrida do ano, mas depois ele ganhou 5 títulos disputando contra grandes dois gênios (Moss e Ascari) e um excelente piloto (Farina).

  • Stirling Moss (55/56/57): mesmo sem ter ganhado um título, era um piloto genial com números impressionantes. Moss ganhou 212 das 529 corridas que disputou de 1948 a 1962 e dirigiu 84 tipos de carros diferentes e chegou a competir em 62 corridas num ano. Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Stirling_Moss

  • Alberto Ascari (51): era o 1o piloto da Ferrari nos anos 50, e possuía o recorde de 9 vitórias seguidas em 1952/1953 (Bélgica 1952 a Bélgica 1953), esse recorde foi batido por Verstappen em 2023. Ele era um piloto genial, que infelizmente em 1955 morreu nos testes particulares da Ferrari em Monza.

  • Giuseppe Farina (50): era um excelente piloto foi o primeiro campeão da F1 em 1950, depois entrou em declínio devido a sua idade avançada, mas era um piloto com grandes qualidades, foi o único companheiro de equipe que derrotou Fangio.

FANGIO X FARINA

Giuseppe Farina corria na Alfa Romeo desde os nos 30, e era 2o piloto de Tazio Nuvolari na Alfa Romeo, reconhecido por muitos como o melhor piloto da pré-F1. Farina venceu os campeonatos de Grand Prix Motor Racing de 1937, 1938 e 1939. Mesmo estando abaixo de Nuvolari e Fangio, era um excelente piloto, tinha muita experiência e foi o primeiro campeão da F1 em 1950.

Fangio x Farina em 1950 e 1951:

Largadas: 11 x 2 (1,1s Fangio)

Chegadas: 8 x 5

Pontos: 58 x 49

Fangio perdeu para Farina em 1950, por que o argentino teve uma quebra a mais, mas em 1951 ele venceu facilmente o piloto italiano.

FANGIO X ASCARI

Só podemos comparar Fangio e Ascari em 1951, por que apesar de estarem em equipes diferentes (Alfa Romeo e Ferrari), os ambos tinham carros bem equilibrados. De 1953 a 1955, pela diferença grande de carro entre ambos, não tem como compará-los.

Fangio x Ascari em 1951:

Largadas: 5 x 2 (0,9s Fangio sem contar GP Suíça)

Chegadas: 4 x 3

Vitórias 3 x 2

Pontos: 31 x 25

Em 1951, Ascari chegou a dar trabalho ao Fangio, chegando na frente do argentino 3 vezes e vencendo duas corridas, o italiano foi o vice campeão dessa temporada. Mas em 1952 e 1953 Ascari, ajudado pelo excelente carro da Ferrari, não deu chances a ninguém, venceu 11 das 15 corridas (sem contar a Indy 500).

Vitórias de Ascari:

1952 (6): Bélgica, França, Inglaterra, Alemanha, Holanda, Itália.

1953 (5): Argentina, Holanda, Bélgica, Inglaterra, Suíça.

FANGIO X MOSS

Stirling Moss era um piloto genial, ganhou cerca de 50% das corridas que disputou em todas as categorias que correu de 1948 a 1962, sendo que ele correu em 84 tipos de carros diferentes, algo assombroso. Mas quando ele teve Juan Manuel Fangio como companheiro de equipe, a história foi diferente. Na verdade ambos eram GÊNIOS, mas Fangio estava acima do Moss.

Fangio x Moss em 1955:

Largadas: 5 x 1 (0,3s Fangio)

Chegadas: 4 x 1

Pontos: 40 x 23

Mesmo Fangio tendo facilmente derrotado Moss nos pontos, nos treinos o inglês andava bem perto do argentino, somente 3 décimos em média mais lento, o que mostra que Moss era um piloto supertalentoso.

CORRIDAS NA CHUVA

Fangio ganhou 75% das corridas na chuva que disputou, é o maior percentual de vitórias na chuva da história da F1, ficando acima até de Senna que é considerado o melhor piloto na chuva da história da F1.

  • Fangio (6 em 8) 75%

  • Senna (13 em 21) 62%

  • Ascari (4 em 8) 50%

  • Moss (3 em 7) 45%

  • Schumacher (19 em 51) 36,5%

  • Hamilton (16 em 44) 36,4%

  • Verstappen (8 em 22) 36,4%

  • Clark (3 em 12) 25%

  • D Hill (5 em 21) 24%

  • Stewart (3 em 15) 20%

  • Hunt (3 em 15) 20%

  • Ickx (3 em 16) 20%

CAMPEÃO POR TODAS AS EQUIPES QUE CORREU

Fangio foi campeão em todas as 4 equipes que correu, fato único na F1 até hoje: Alfa Romeo, Mercedes, Ferrari e Maserati. Até hoje nenhum piloto conseguiu ser campeão por 4 equipes diferentes, sendo que o título de 1951 ele ganhou, mas provavelmente a Ferrari estava um pouco melhor.

O título de 1957 foi o único da história da Maserati, equipe que ele se transferiu depois que disseram que ele  "só ganhava por que tinha o melhor carro". Ele foi para a equipe italiana e foi campeão, mas sem Fangio na equipe, eles jamais conseguiram ser campões de novo na F1.

PERCENTUAIS

Os percentuais de Fangio em são os mais altos e mais impressionantes entre todos os campeões da F1. Lógico que o fato dele ter tido bons carros em toda a sua carreira ajudou bastante, mas naquele tempo o piloto fazia muita diferença.

  • Título por campeonato disputado: 5/7 71%

  • Percentual de campeão ou vice: 7/7 100%

  • Vitórias em percentual: 24/51 47%

  • Poles em percentual: 28/51 57%

  • Largadas na 1a fila em percentual: 48/51 94%

  • Volta mais rápida em percentual: 45%

  • Pódios em percentual: 69% 

  • Hat Trick em percentual: 17,6%

PERFORMANCE NOS CAMPEONATOS DISPUTADOS:

Seus resultados mostram quão GÊNIO Fangio era como piloto:​

1950- vice

1951- campeão

1953- vice

1954- campeão

1955- campeão

1956- campeão

1957- campeão

OBS: Fangio não correu em 1952.

O TÍTULO GANHO NA GENIALIDADE (1951)

Em 1950, a Alfa Romeo trouxe seus carros que estavam guardados numa garagem na Itália antes da 2a Grande Guerra. Na última corrida do ano (GP Itália) Fangio precisava de um 3o lugar pra ser campeão, mas seu carro quebrou e o título ficou com Farina.

Em 1951, a Alfa Romeo praticamente continuou com o mesmo carro do ano anterior com poucas evoluções, e a Ferrari veio forte fazendo concorrência dura com a equipe de Fangio e Farina, sendo até melhor em mais corridas do que a Alfa Romeo.

Alfa Romeo melhor: Sui, Bel

Ferrari melhor: Ing, Ale, Ita

Empate: Fra, Esp

Fangio foi campeão, por que era gênio e conseguiu tirar tudo do carro. Já os pilotos da Ferrari (Ascari e Gonzalez) ficaram na frente do campeão do ano anterior (Farina), o que é um sinal que a Ferrari estava muito forte em 1951.

Nesses anos Fangio fez 8 poles e ganhou 6 corridas.

O SÉRIO ACIDENTE QUE O DEIXOU FORA DA F1 (1952)

Em 1952, antes de começar a F1, Fangio participou de uma corrida em Dundrod (Irlanda do Norte) e teria que pegar um voo da Irlanda para França, e outro da França para Itália para participar de outra corrida em Monza. Seu avião pousou na França, mas o voo de conexão para Itália não partiu por causa das péssimos condições meteorológicas.

Então Fangio foi dirigindo um carro da Lyon (França) para a Milão (Itália), por 700 km sem dormir. Ele chegou minutos antes da corrida em Monza sem treinar, largou para a corrida em último lugar, fez 15 ultrapassagens, mas sofreu um sério acidente na curva de Lesmo. Ele ficou 4 semanas internado no hospital e 5 meses com o pescoço e o tronco engessados e imobilizados, sem poder correr na F1 nessa temporada.

VICE CAMPEÃO FANTÁSTICO (1953)

Em 1953, o domínio da Ferrari de 1952 continuou o mesmo, só que dessa vez Fangio estava correndo pela Maserati na F1, e de forma fantástica o argentino conseguiu ficar com o vice campeonato, na frente dos demais pilotos da Ferrari: Farina, Hawthorn e Villoresi, só ficando atrás de Alberto Ascari, que venceu 5 das 7 corridas.

Nesse ano Fangio fez 2 poles e ganhou uma corrida.

OS TÍTULOS PELA MERCEDES (1954 e 1955)

Em 1954, Fangio correu duas corridas pela Maserati depois correu o restante da temporada pela Mercedes ganhando tranquilamente os campeonatos de 1954 e 1955.

Mas a tragédia acontecida em Le Mans 1955, foi decisiva para a retirada das pistas da Mercedes. A Mercedes 300 SLR do francês Pierre Levegh bateu na traseira de Lance Macklin e teve seu motor e seu capot projetados na arquibancada matando 83 expectadores e deixando 180 feridos. Esse foi o acidente mais grave de toda a história do automobilismo e por isso a equipe Mercedes abandonou a F1.

 

Devido essa tragédia, a Mercedes abandonou as competições e Fangio foi correr pela Ferrari em 1956, uma equipe italiana, que sempre priorizou pilotos italianos.

Nesses anos Fangio fez 8 poles e ganhou 10 corridas.

O TÍTULO GANHO NA TROCA DE CARROS (1956)

Em 1956, Fangio estava na Ferrari disputou o título com Stirling Moss na Maserati, sendo que o argentino teve uma relação conturbada com Enzo Ferrari, tanto que no final do ano ele saiu da equipe italiana. Fangio e Moss utilizavam o item do regulamento que permitia pegar o carro do seus companheiros de equipe e completar a corrida valendo metade de pontos para eles, algo inconcebível nos dias de hoje:

Fangio (3x): Argentina e Mônaco e Itália.

Moss (2x): Bélgica e França.

Fangio se sagrou campeão e atualmente dizem, erradamente, que ele só foi campeão por que Peter Collins lhe cedeu o carro na última corrida do ano, o que não é verdade, pois mesmo que o piloto inglês não lhe cedesse o carro, o argentino seria campeão do mesmo jeito, com 2 pontos de vantagem sobre o mesmo Collins. 

Esse foi o único título que se poderia contestar do argentino, tanto que ele foi criticado por ser campeão com o melhor carro.

Nesse ano Fangio fez 6 poles e ganhou 3 corridas.

CONSAGRAÇÃO FINAL: ÚNICO CAMPEÃO PELA MASERATI (1957)

Em 1956, diziam que Fangio só era campeão com o melhor carro, mas a história provou que estavam errados.

 

Então em 1957, Fangio se transferiu para a equipe Maserati, que tinha sido vice campeã com Stirling Moss e passou a competir contra a Ferrari, equipe que o argentino havia sido campeão em 1956. O argentino trabalhou no Maserati 250F T2 Lightweight e teve atuações sensacionais, foi o campeão da temporada, derrotando as Ferraris e calando a boca dos seus críticos.

A atuação no GP Alemanha 1957 é considerada por muitos a maior atuação de um piloto na história da F1. Ele venceu fazendo parada de box de 45 segundos para voltar, passou as duas Ferraris e ganhou a corrida na última volta. Essa corrida é considerada o maior desempenho de um piloto na história da F1.

Nesse ano Fangio fez 4 poles e ganhou 4 corridas.

INCRÍVEL LONGEVIDADE, CAMPEÃO AOS 46 ANOS

Todos sabemos que os carros de F1 dos anos 50 não necessitavam as reações rápidas que os carros da F1 modernos (após 1968), mas todos os grandes pilotos que chegaram próximo aos 40 anos, apresentam um ligeiro declínio na carreira.

Segue abaixo a lista dos grandes pilotos e a idade quando começaram a declinar na carreira:

  • Farina foi campeão em 1950, mas depois de 1951 aos 45 anos começou a entrar em declínio na carreira.

  • Jack Brabham foi tricampeão em 1966, mas depois em 1967 aos 41 anos começou a entrar em declínio.

  • Graham Hill foi bicampeão em 1968, mas depois em 1969 aos 40 anos começou a entrar em declínio.

  • Niki Lauda foi tri tricampeão em 1984, mas depois em 1985 aos 36 anos começou a entrar em declínio.

  • Nelson Piquet foi tricampeão em 1987, mas em 1991 aos 39 anos começou a entrar em declínio.

  • Alain Prost foi tetracampeão em 1993, mas nitidamente já estava entrando em declínio aos 38 anos.

  • Michael Schumacher foi campeão em 2006, voltou à F1 em 2010 aos 41 anos nitidamente em declínio.

Fangio é a grande exceção dessa regra, ele foi pentacampeão em 1957 aos 46 anos, num ano que teve atuações fantásticas, indicando que ele estaria longe do declínio. Ele é o campeão mais velho da história da F1, isso só comprova que o argentino era um piloto genial e acima da média dos grandes pilotos da F1. 

POR QUE FANGIO FOI O MELHOR DE TODOS?

​Fangio era um piloto extraordinário, rápido, preciso, com bom conhecimento de mecânica, sabia conversar com  os mecânicos e entendia de estratégia de corrida. Quem tem dúvidas veja sua vitória no GP Alemanha 1957.

Ele foi campeão por 4 equipes diferentes, feito único na história da F1. Em 1951, ele estava na Alfa Romeo, tudo indica que a Ferrari estava ligeiramente melhor, mas o argentino foi campeão dessa temporada. Em 1954 e 1955 venceu pela Mercedes e em 1956 pela Ferrari.

Em 1956, Fangio foi injustamente criticado por só ganhar com o melhor carro. O argentino se transferiu para a Maserati em 1957 e foi campeão logo nesse ano. Ou seja não precisou esperar 5 anos para transformar a equipe em vencedora, nem teve que chamar o corpo técnico de outra equipe para ser campeão.

Fangio nunca precisou jogar o carro em ninguém para ser campeão, como fizeram Prost, Senna, Schumacher e Verstappen, também nunca teve contrato de 1o piloto para fazer o 2o piloto de "capacho", nem se indispôs com ninguém para ser campeão, por isso ele sempre foi um piloto admirado por todos na F1.

Por tudo que foi citado, qualquer fã de F1 que entenda do esporte deve colocar Fangio no mínimo no TOP 3 da história. Na opinião do autor desse site ele foi o MELHOR DE TODOS OS TEMPOS.

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