TUDO SOBRE FÓRMULA 1

RESENHAS DE TODAS AS TEMPORADAS
IDIOMA
VISITAS
ELETRÔNICA AVANÇADA DO FW 14 B e FW 15
Em 1991 o Williams FW 14 tinha um ritmo de corrida melhor que a McLaren, contudo os problemas de Mansell lhe tiraram as chances de título. Mas em 1992 aconteceu a evolução definitiva do FW 14B, com aumento de potência do motor Renault e introdução de diversos dispositivos eletrônicos que o colocaram num patamar muito acima dos outros carros do grid.
1) Motor Renault V10:
Em 1992 a Renault começou a temporada com o novo motor de 800 HP com a gasolina especial da ELF. Somente no GP Canadá 92, a Honda trouxe um super motor de 805 HP e Renault perdeu oposto de motor mais potente. Mas devemos deixar claro que o V10 da Renault tinha vantagem em relação ao Honda V12 por causa do tamanho reduzido com uma fileira a menos de cilindros e o menor consumo de combustível.
Em 1993, com a retirada da Honda da F1 e a proibição de gasolina especial, o motor Renault foi o mais potente durante toda a temporada com 780 HP, contra 730/720/685 HP do motor Ford Cosworth, ou seja, vantagem de no mínimo 50 HP de potência em relação a Benetton e McLaren, que era a sua grande concorrência.
2) Acelerador eletrônico (Fly by wire):
Dispensava o uso de cabos, fazendo com que a borboleta de admissão do motor abrisse de forma eletrônica e assim transferisse harmonicamente a potência do motor para as rodas. Havia regulagens diferentes de velocidade de abertura da borboleta de admissão para pista seca, úmida ou molhada.
3) Controle de Largada e de Tração:
O Controle de largada permitia largadas sem patinar para o pneu tracionar o asfalto de forma mais eficiente possível. O CT ajudava o piloto nas curvas de modo a evitar o destracionamento dos pneus no asfalto, economizando pneus e fazendo uma saída de curva mais aderente possível.
4) Suspensão Ativa:
Ajudava a manter o assoalho do carro de forma mais horizontal possível em relação ao chão, levantando a frente do carro nas freadas e abaixo a frente nas acelerações, de forma a otimizar a aerodinâmica do carro. Fora isso nas curvas ele mudava a geometria da suspensão para baixar o centro de gravidade, otimizando a velocidade nas curvas sem precisar usar apoio aerodinâmico.
5) Freios ABS:
Evitavam o travamento dos freios, principalmente em pistas com pouca aderência para fazer o carro frear de forma mais eficaz. Nas corridas na chuva esse sistema é fundamental para a performance do carro.
6) Câmbio automático:
Passava as marchas automaticamente nas reduções e subidas de marchas na rotação certa, de modo a minimizar as perdas de aceleração nas trocas de marchas. Em conjunto com o acelerador eletrônico fazia o efeito "punta taco" para o piloto.
COMPARAÇÃO COM OUTROS CARROS DOMINANTES
De tempos em tempos surgem carros dominantes na F1, mas até hoje não apareceu um carro como o Williams 1992 e 1993, que eram cerca de 2 segundos mais rápido nos qualifyings que qualquer outro carro do grid. Por incrível que pareça, mesmo com esse domínio, seus pilotos não conseguiram vencer todas as corridas por ano.
Os pilotos do FW 14B e FW 15 não conseguiram extrair toda a performance do carro, devido aos erros de pilotagem e por que havia a concorrência dura de dois pilotos geniais: Ayrton Senna (McLaren) e Michael Schumacher (Benetton), dois dos pilotos mais rápidos da história da F1. Se não fosse por isso a Williams poderia ter ganho 30 das 32 corridas dessas duas temporadas.
É importante saber que o desempenho do carro é o resultado da performance do CARRO mais a performance do PILOTO, então o fato de um carro não ter ganho todas as corridas da temporada não quer dizer que ele não tenha sido dominante. Assim como piloto geniais supervalorizam seus carros, pilotos em início (Hill) ou final de carreira (Patrese e Prost) subvalorizam esses carros. Esse fato tem que ser levado em consideração nessa análise.
Teremos que usar alguns critérios para saber se o carro foi o melhor ou não, e dependendo do número de corridas que o carro foi o melhor, saberemos quão dominante ele foi nessa respectiva temporada. Seguem os 3 critérios:
-
Confiabilidade do carro em corridas,
-
Velocidade e consistência do carro em corridas,
-
Velocidade de carro em qualifyings.
Alfa Romeo 1950
A Alfa Romeo 1950, foi o primeiro carro dominante da F1, com 3 grandes pilotos: Fangio, Farina e Fagioli. A Alfa era cerca de 1,6s a 2,0s mais rápido que qualquer carro da pista. Mas temos que levar em consideração que a Fórmula 1 era uma categoria nova, e algumas equipes (Ferrari e Maserati) ainda estavam em desenvolvimento. Fora isso, naquele tempo o piloto fazia diferença e tinha que explorar o limite da pilotagem sobre a performance do carro.
Nesse período em 6 corridas, a Alfa Romeo conquistou:
6 Vitórias (100%)
6 Poles
3 Hat-tricks
4 Dobradinhas de largada
4 Dobradinhas de chegada
Ferrari 1952/1953
A Ferrari 1952/1953 foi o segundo carro dominante da F1, chegando a fazer 5 dobradinhas de chegada, 3 primeiros lugares ( França/52, Holanda/52 e Suíça/53) e 4 primeiros lugares (GP Alemanha/52 e GP Holanda/53). Mas convenhamos que a ausência do Fangio em 1952, por causa de um grave acidente sofrido no começo do ano, facilitou o domínio da Ferrari, tanto é verdade que em 1953 quando Fangio retornou à F1, ele foi vice campeão.
Nesse período em 15 corridas, a Ferrari conquistou:
14 Vitórias (93%)
13 Poles
6 Hat-tricks
7 Dobradinhas de largada
9 Dobradinhas de chegada
McLaren 1988/1989
A McLaren 1988 e 1989 (modelos MP 4/4 e MP 4/5) também foi um carro dominante. Mas em algumas corrias não tinha o melhor carro, mas o talento de Senna e Prost fez esses carros pareceram muito melhor do que realmente eram, mas é inegável que foi o carro dominante em cerca de 75% das corridas dessas temporadas.
Nesse período em 32 corridas, a McLaren conquistou:
25 Vitórias (78%)
29 Poles
5 Hat-tricks
23 Dobradinhas de largada
14 Dobradinha de chegada
Williams 1996/1997
A Williams 1996 é um carro esquecido, mas foi o dominante da temporada de 1996, só que nem Hill nem Villeneuve souberam extrair tudo do carro, e ficou a impressão que se fossem pilotos mais qualificados teriam ganho todas as corridas dessa temporada.
A Williams 1997 também foi um carro dominante, mas com um índice de confiabilidade bem menor que o modelo de 1996,. Frentzen teve uma série de problemas e falta de sorte e Villeneuve guiou no estilo "win or wall" perdendo a chance de marcar muito mais pontos do que marcou. Isso gerou a impressão que esse carro não era tão bom.
Nesse período em 33 corridas, a Williams conquistou:
20 Vitórias (61%)
23 Poles
4 Hat-tricks
13 dobradinhas de largada
6 dobradinhas de chegada
Ferrari 2002/2004
A Ferrari 2002 e 2004 também foi o carro dominante em períodos alternados, mas em algumas pistas eles não foram o melhor carro, portanto não conseguiram ganhar todas as corridas com Schumacher e Barrichello.
Nesse período em 35 corridas, a Ferrari conquistou:
30 Vitórias (86%)
22 Poles
10 Hat-tricks
10 Dobradinhas de largada
17 Dobradinhas de chegada
Red Bull 2010/2011/2013
O Red Bull 2010, 2011 e 2013 também foram carros dominantes, mas em algumas corridas a concorrência estava melhor. Fora isso Mark Webber era um bom piloto, mas pecava muito em ritmo de corrida, por isso não foi vice campeão nesses anos, apesar de ter carros super competitivo em mãos.
Nesse período em 54 corridas, a Red Bull conquistou:
33 Vitórias (61%)
42 Poles
5 Hat-tricks
19 dobradinhas de largada
10 dobradinhas de chegada
Mercedes 2014/2015/2016/2019/2020
Na mudança do regulamento para os motores híbridos a Mercedes dominou a F1, mas não foi um domínio total, pois em algumas pistas eles tiveram quebras e problemas.
Nesse período em 97 corridas, a Mercedes conquistou:
79 Vitórias (61%)
78 Poles
14 Hat-tricks
58 dobradinhas de largada
45 dobradinhas de chegada
Red Bull 2022/2023
Em 2022 a Red Bull era o carro dominante, mas sejamos justos que em 2022 em algumas corridas o holandês não teve o melhor carro, mas ainda assim conseguiu vencer corridas.
Em 2023 ele teve o melhor carro em todas as corridas, com exceção do GP Singapura, domínio muito parecido com a Williams 1992, mas a diferença nos treinos da Red Bull 2023 para os outros carros era proporcionalmente bem menor do que a Williams 1992 para os outros carros.
Nesse período em 43 corridas, a Red Bull conquistou:
36 Vitórias (84%)
23 Poles
8 Hat-tricks
2 Dobradinhas de largada
11 Dobradinhas de chegadas
O Williams 1992 FW 14 B de Nigel Mansell e Riccardo Patrese
POR QUE O FW 14B e o FW 15 ERAM TÃO BONS?
O FW 14B e o FW 15 possuíam dispositivos eletrônicos que faziam os carros serem muito mais rápidos como: suspensão ativa, câmbio automático, acelerador eletrônico, Controle de Tração. E não só isso, esses dispositivos corrigiam os erros de pilotagem. Ou seja, "overdrive" não era problema nesses carros.
Mas lógico que se o piloto cometesse um grande erro de pilotagem, como por exemplo: entrar numa curva 50 km/h mais rápido do que a velocidade limite ou perdesse o ponto de frenagem em 100 metros, os dispositivos eletrônicos não conseguiriam corrigir um erro dessa magnitude.
Esse carro foi feito para o "estilo Nigel Mansell de pilotar" e ele foi o piloto que mais se beneficiou desses dispositivos.
DOMÍNIO DO WILLIAMS 1992:
O Williams 1992 venceu 10 corridas da temporada, mas em 4 outras corridas eles tiveram o melhor carro e não venceram por causa dos erros dos pilotos (Mônaco, Canadá, Hungria) ou por acidente (Austrália). Apenas no GP Bélgica e GP Itália, o FW 14B não foi o melhor carro da temporada, por causa de problemas técnicos no carro, apesar de ter feito a pole.
GP Mônaco 1992
A Williams fez dobradinha no grid de largada, mas Senna pulou de 3o para 2o na largada, e durante a corrida teve sorte de um acidente de Nigel Mansell que bateu no guard rail e furou o pneu, e por isso o inglês fez uma parada extra para trocar pneus e Senna acabou ganhando a corrida. Se não fosse o erro do Inglês, a Williams teria ganho fácil essa corrida.
GP Canadá 1992
No Canadá a Honda veio com seu novo super motor de 805 HP, e encurtou a diferença para as Williams. Essa pequena melhora da McLaren, fez Senna fazer a pole por apenas 1 décimo de segundo sobre Nigel Mansell. Na corrida o Leão bateu, Senna e Patrese quebraram, fazendo a vitória cair no colo de Gerhard Berger. Pelo ritmo de corrida da Williams, dava para ver que a Williams continuava melhor que a McLaren e Mansell teria vencido a corrida se não fosse a batida.
GP Hungria 1992
Nessa corrida a FIA proibiu o uso de gasolinas especiais (ELF e Shell), e o motor Renault com essa nova regulamentação perdeu mais potência do que o motor Honda, e isso fez a diferença da Williams para McLaren diminuir, apesar do FW 14B continuar sendo o melhor carro.
Williams fez dobradinha no grid, mas Senna pulou para 2o na largada, segurando Mansell em grande parte da corrida. Patrese assume a liderança e abre 27 segundos de Senna, até que o italiano erra e sai da pista e depois abandona. Enquanto isso Mansell ficou preso atrás de Senna e depois Berger, perdendo tempo sem conseguir chegar em Senna. O brasileiro venceu a corrida, mas nitidamente a Williams estava melhor nessa pista.
Se Mansell não tivesse largado mal ou o Patrese não tivesse rodado quando estava 27 segundos na frente Senna, uma das Williams teria ganho essa corrida.
GP Bélgica 1992
Mansell fez a pole, com dois gênios Senna e Schumacher em 2o e 3o lugares, Patrese muito mal largou em 4o lugar. A corrida se desenrolou com pista úmida e seca no final, Senna errou a estratégia em ficar com slicks no molhado e Schumacher foi o primeiro a trocar pneus para pista seca para vencer a corrida. Mas devemos destacar que Schumacher só venceu por que as duas Williams tiveram quebra de escapamento (Fonte: Anuário FS 1992 pg 138) e abrandaram o ritmo no final da corrida. Se não fosse o problema das Williams, Mansell teria vencido.
GP Itália 1992
Mansell fez a pole, com Senna em 2o lugar, mas as Williams tiveram problemas de câmbio (Anuário FS 1992 pg 144) e abandonaram e Senna acabou ganhando com as Benettons completando o pódio. Por causa das quebras da Williams, considero que nessa corrida a McLaren foi melhor, mesmo que Senna tenha ganho também com problema no carro (escapamento quebrado).
GP Austrália 1992
Mansell fez a pole, com Senna em 2o lugar, o brasileiro que era especialista em pistas de rua pressionou o Leão, ambos trocam voltas mais rápidas mas na volta 19 o brasileiro bateu na traseira da Williams e ambos abandonaram. A vitória acabou caindo no colo de Gerhard Berger, já que Patrese abandonou, mas em condições normais Nigel Mansell teria vencido essa corrida, mesmo que a McLaren de Senna estivesse próxima a Williams nessa corrida.
DOMINÂNCIA NOS TREINOS
Em 1989 Mansell e Berger correram no mesmo carro (Ferrari) e em 1992 o resultado foi bem diferente:
Largadas em 1989: Mansell 7 x 7 Berger (0,1s Mansell)
Largadas em 1992: Mansell 16 x 0 Berger (2,0s Mansell)
RESULTADO FINAL (CORRIDA A CORRIDA)
Nas demais corridas não citadas acima o FW 14B foi, indiscutivelmente, o melhor carro da pista.
Williams 14 x 2 Concorrência (McLaren e Benetton)
Senna conseguiu uma pole no Canadá, graças ao novo motor Honda e uma volta fantástica do brasileiro, mas no geral das corridas da temporada, nos QUAIFYINGS a Williams foi em média 2,0s mais rápida que a McLaren.
DOMÍNIO DO WILLIAMS 1993:
Williams 1993 venceu 10 corridas da temporada, mas ao contrário do ano anterior, a Williams teve o carro dominante em 100% das corridas da temporada, mas o fato de Damon Hill ser um piloto em aprendizado e Alain Prost estar em final de carreira, fez parecer que eles não tiveram o melhor carro da F1.
GP Brasil 1993
Williams fez dobradinha no grid de largada por 2 segundos de diferença, mas Prost bateu quando começou a chover, e isso o eliminou da corrida. Senna com seu enorme talento, ganhou a corrida aproveitando que Damon Hill estava se adaptando às condições de pista ligeiramente úmida com pneus slicks. Se Prost não tivesse rodado, pela distância que ele estava na frente de Senna e ainda com o Damon Hill de escudeiro, com certeza o francês ganharia essa corrida.
GP Europa 1993
No seco a Williams fez dobradinha de largada por 2 segundos de diferença, mas no molhado, o enorme talento de Senna fez toda a diferença nessa corrida na chuva. Prost ainda estava traumatizado pelo erro no GP Brasil e fez uma corrida sem brilho. Senna ganhou, mas a Williams estava melhor. Isso pode ser comprovado, pois quando a chuva começou a parar a Williams começou a andar muito mais rápido que a McLaren.
GP Mônaco 1993
A Williams estava melhor dessa vez por apenas 1 segundo, e a Benetton que estava estreando o CT nessa corrida, estava melhor que a McLaren, ou seja, a equipe inglesa estava como 3o força da F1. Senna só ganhou essa corrida, por que Prost queimou a largada e teve que cumprir stop and go, pela quebra de Schumacher, e a fata de competência de Damon Hill.
GP Portugal 1993
Nessa corrida a McLaren apresentou nítidas melhorias no carro, com mudanças aerodinâmicas, mas ainda assim a Williams estava melhor e fez sua 12a dobradinha de largada. Mas Hill teve problema na volta de aquecimento e largou em último, a McLaren de Senna quebrou e Schumacher na Benetton ganhou, pois bastava para Prost o 2o lugar para ele ser o campeão e ele não tentou fazer nenhuma ultrapassagem sobre o alemão.
GP Japão 1993
Williams estava melhor novamente, mas dessa vez com o título decidido a equipe não evoluiu seu carro e a concorrência (McLaren, Benetton e Ferrari) chegou na Williams. A corrida foi na chuva e Senna fez diferença na transição da pista seca para pista molhada com seu enorme talento na chuva.
A Williams continuava como o melhor carro, mas Damon Hill fez uma corrida fraca na chuva, chegando a ser pressionado por Eddie Irvine na Jordan e Alain Prost fez uma corrida bem conservadora.
GP Austrália 1993
Nessa corrida a diferença da Williams para a McLaren foi pequena, e Senna conseguiu fazer a pole, numa situação com quase nenhum combustível no tanque. Na corrida, Senna especialista em pistas de rua, manteve consistência e regularidade conseguiu se manter à frente das Williams e ganhou essa corrida, mas a Williams ainda foi o melhor carro da pista. Se alguém tiver dúvida basta ver que Mika Hakkinen que era mais piloto que Damon Hill, nem sequer conseguiu andar no ritmo do piloto inglês
DOMINÂNCIA NOS TREINOS
Em 1988 e 1989 Senna e Prost correram no mesmo carro (McLaren) e em 1993 em carros diferentes:
Largadas em 88/89: Senna 28 x 4 Prost (0,6s Senna)
Largadas em 1993: Prost 15 x 1 Senna (1,4s Prost)
RESUMO DA TEMPORADA (CORRIDA A CORRIDA)
Nas demais corridas não citadas acima o FW 15 foi, indiscutivelmente, o melhor carro da pista.
Williams 16 x 0 concorrência (Benetton e McLaren).
A Williams FW 15 foi o melhor carro em 100% das corridas. Senna conseguiu uma pole na Austrália numa volta fantástica com pouca gasolina no tanque. Mas no geral da temporada nos QUAIFYINGS a Williams foi em média 2,0s mais rápida que a McLaren, conforme podemos concluir analisando os dados acima.
O link da figura acima é o Vídeo do CANAL START YOUR ENGINES que explica bem o câmbio CVT da Williams.
O CÂMBIO CVT PROIBIDO DA WILLIAMS F1
Em 1992 a Williams testou uma caixa de câmbio CVT (Continuosly Variable Transmission) com David Coulthard, e esse câmbio, fez a Williams andar 1 segundo mais rápido por volta que o câmbio convencional e isso por que era o Coulthard, um piloto novato, em fase de aprendizado e bem menos talentoso que Nigel Mansell e Alain Prost.
A vantagem desse câmbio era manter a rotação do motor na faixa de toque ideal, mas lógico que o sistema precisaria ser desenvolvido, pois aumentaria a geração de calor do motor, necessitando de radiadores maiores e aumentaria o consumo de combustível. Fora isso o sistema gera mais calor interno para o próprio câmbio, necessitando de um radiador somente para o CVT. Tudo isso geraria mais peso no carro, por isso o ganho de velocidade com o câmbio CVT é inconclusivo.
Como o sistema se mostrou ser 1 segundo mais rápido, ele poderia ser usado nos treinos numa situação de duas ou três voltas. Para a situação de corrida o carro voltaria para o sistema de câmbio convencional. Independente disso a FIA proibiu a utilização desse dispositivo, senão o domínio da Williams poderia ser maior ainda.
Dos 4 pilotos da Williams, Nigel Mansell foi o único que chegou no limite do carro.
POR QUE A WILLIAMS PARECEU SER MENOS DOMINANTE DO QUE ERA
A Williams de 1992 e 1993 foram os melhores carros da história, mas seu domínio pareceu ter sido menos superior porque o desempenho de seus pilotos estava abaixo da velocidade do carro. Além disso, dois gênios da F1 (Senna na McLaren e Schumacher na Benetton) estavam sempre de olho para vencer corridas se os pilotos da Williams falhassem.
Patrese foi muito mal em 1992, ele era quase 1 segundo (em media) mais lento que Mansell com o mesmo carro nos treinos. Em 1993, ele se transferiu para a Benetton e perdeu de 16 x 0 do Schumacher nos qualifyings. Na verdade Riccardo já estava no fim da carreira desde 1992, e nem perto do limite da Williams ele conseguiu chegar.
Prost foi bem em 1993, conseguiu 13 pole positions, venceu 7 corridas e foi campeão, mas seu desempenho não chegou nem perto da sua performance de 1985, 1986, 1988, 1989 e 1990, quando o francês fez excelentes temporadas. Em 1988, por exemplo, ele foi proporcionalmente muito melhor que em 1993, marcando até mais pontos sem descarte. Se ainda houver dúvidas, basta ver que em 1993 Senna ganhou 5 corridas e o francês ganhou 7 corridas num carro muito melhor. Na verdade, o francês também estava no fim da carreira, e fez o suficiente para ser campeão, e nunca andou no limite do carro.
Damon Hill se saiu razoavelmente bem. Mas nas corridas que mais exigiam talento do piloto, ele não mostrou desempenho compatível com a performance do carro. Em pistas como Interlagos, Mônaco, Montreal e Suzuka, ele teve desempenhos medianos. Na verdade, a eletrônica do FW 15 fez a pilotagem do Damon Hill se aproximar da pilotagem do Alain Prost, e isso fez parecer que o inglês tinha um talento muito maior do que realmente tinha.
Nigel Mansell foi o único que extraiu 100% do carro na maioria das corridas de 1992, mas ainda assim cometeu erros como no GP de Mônaco 1992 e Canadá 1992, fora a batida sofrida por Senna na Austrália 1992. O Leão poderia ter ganho 12 ou 13 corridas nesse ano e aí as pessoas viriam com mais facilidade que o FW 14B foi um carro super dominante.